Oi diário. Sou uma farsa.
Finjo estar bem enquanto meu interior desmorona, mostro meus momentos felizes quando são as lágrimas que me perseguem a maior parte do tempo, demonstro amor, compaixão, amizade, solidariedade com as outras pessoas, sendo que muitas vezes preciso de um olhar carinhoso para mim mesma.
Durmo, acordo, pensando no tédio e como ele consegue me deixar maluca, quero dizer, fico o tempo todo procurando algo interessante pra fazer e quando tem algo que eu realmente poderia fazer, eu deixo de lado, procrastino.
Será que é isso que a vida adulta tem a nos oferecer? Uma dose de chatice diária?!
Só que quando alguém me pergunta como estou a resposta é sempre: Estou bem!
(Bem o caramba, estou entediada, sem motivação e cansada de fazer nada).
Esta é minha saga querido diário. Sou uma enorme farsa.
Seu texto me transportou para o "Poema em linha reta" , de Fernando Pessoa. Interessante que bem poderia se chamar PAPO RETO.
ResponderExcluir"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
(...)Toda gente que conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida.
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?..."
Querida escritora, só os fortes são capazes de confessar a fraqueza e nisso enxergar humanidade, é não fracasso. Tenhamos compaixão, iniciando por nós mesmos.
Excelente citação, Marcelli.
ResponderExcluirCertamente não existe um semideus sequer, somos todos imperfeitos, portanto, seres humanos. Obrigada pelas sábias palavras ❤️